
Minha vida estava prestes a começar de novo. Encabulado entre meus pensamentos-delírios, esperava ela chegar. Queria dizer tantas coisas, esboçava frases e reações para logo depois deixar qualquer fórmula barata de lado. Diria a primeira coisa que viesse à mente. Decidido. E enquanto esperava, tentava criar a nuvem mais bonita. No meio daqueles papeizinhos e dos cafés da mesa, eu tateava minha vida. Não veio nenhum garçom limpar minha vida. Aquela mesma vida que diziam ser a minha, aquela mesma que julgava ser a minha, a mais conveniente. Entre bitucas de cigarro, ficava imaginando como seria essa nova encarnação. Assustado, como quando nos deparamos com algo que não entendemos. Meio triste, já distante daquele mesmo que morreu lá na entrada do bar. Eu estava de luto. Promessas de felicidade que se cumpriam. Eu sorria. E inexperiente. Eram meus primeiros passos. Teria que aprender de novo. E naquela mesa, lá nos fundos, ao mesmo tempo eu sentia o medo do noivo no altar. Ela estava atrasada. E eu, de olhos fechados. Até sentir suas mãos junto da minha. E então abri meus olhos.
7 comments:
vamos dividir uma vida?
Gata, vamos ficar juntos? Dividir uma vida, várias vidas, vários dias, tardes, noites, festas e sanduíches no meio da madrugada?
Diz sim que eu grito: SIM!
"Tenho um segredo para contar"
gato! te amo viu!!!
gata! só vi agora tua mensagem! Minha resposta vai atrasada, mas são essas trapacinhas da tecnologia. Vai agora, atrasado, delay digno de Kar-wai, mas não menos de verdade: TE AMO!!!!!
ler todo o blog, muito bom
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